terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Remador Incompetente

Conta a história que, em 1994, houve uma competição entre as equipes de remo do Brasil e do Japão. Logo no início da competição, a equipe japonesa começou a se distanciar e completou o percurso rapidamente. A equipe brasileira chegou a meta com uma hora de atraso.
De volta ao Brasil, o Comitê Executivo se reuniu para avaliar as causas de ato desastroso e imprevisto resultado e concluiu:
1) A equipe japonesa era formada por um Chefe de Equipe e 10 remadores
2) A equipe brasileira era formada por um remador e l0 Chefes de Equipe.
A decisão passou para a esfera do Planejamento Estratégico, visando realizar uma seria restruturação da equipe para o ano seguinte.
Em 1995, logo após a largada da competição, a equipe japonesa logo se distanciou e, desta vez, a equipe brasileira chegou a meta com duas horas de atraso. Uma nova análise das causas do fracasso mostrou os seguintes resultados:
1) A equipe japonesa continuava com um Chefe de Equipe e l0 remadores.
2) A equipe brasileira, após as mudanças introduzidas pelo pessoal do Planejamento Estratégico, era formada por:
a) Um Chefe de Equipe;
b) Dois Assessores de Chefia;
c) Sete Chefes de Departamento;
d) Um remador.
A conclusão do Comitê que analisou as causas do novo fracasso foi unânime: o remador é incopetente!!!
Em 1996 uma nova oportunidade de competir com os japoneses se apresentou. O Departamento de Tecnologia e Negócios do Brasil pôs em pratica um plano destinado a melhorar a produtividade da equipe. Com a introdução de mudanças baseadas na nova tecnologia e que sem dúvida nenhuma, produziria aumentos significativos de eficiência. Os pontos principais das mudanças eram o "resizing" e o "turn-around" e sem dúvida os brasileiros humilhariam os japoneses.
O resultado foi catastrófico, e a equipe brasileira chegou a meta três horas depois dos japoneses!!!
As conclusões revelaram dados aterradores:
1) Mantendo a sua tradição, a equipe japonesa era formada por um Chefe de Equipe e 10 remadores:
2) A equipe brasileira, por sua vez, utilizou uma formação vanguardista integrada por:
a) Um Chefe de Equipe;
b) Dois Auditores de Qualidade Total;
c) Um Assessor especializado em "Empowerment";
d) Um Supervisor de "Downsizing";
e) Um Analista de Procedimentos;
f) Um Tecnologista;
g) Um "Controller";
h) Um Chefe de Departamento;
i) Um Controlador de Tempo;
j) Um remador.
Depois de vários dias de reunião e análise da situação o Comitê decidiu castigar o remador e, para isto, aboliu "todos os benefícios e incentivos em função do fracasso alcançado".
Na reunião de encerramento, o Comitê, fortalecido com a presença dos principais acionistas decidiu "Vamos contratar um novo remador mas utilizando um contrato de Prestação de Serviços de Terceiros, sem vínculos trabalhista, para não termos de lidar com o sindicato que sem dúvida nenhuma degrada a eficiência e a produtividade dos recursos humanos.

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