QUESTÃO DE VIDA OU MORTE...
Estamos diante de um grande dilema: acreditamos nos dados oficiais do governo sobre a gripe suína ou acreditamos nas teorias alarmantes que dizem que a situação estaria muito pior do que poderíamos imaginar. A maioria das pessoas está confusa, pois o mesmo governo que diz que o vírus é somente uma gripe é também aquele que interrompe atividades escolares, serviços públicos, etc.
Especulações à parte, o grande medo que paira sobre a população, seja no Brasil e no mundo, é o fácil contágio e principalmente o risco de morte que a doença oferece em alguns casos. Baseando-se nesses pressupostos, nada mais coerente que analisar a situação a partir de contextualização, dados e informações.
Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2005 no Brasil, morreram 1.006.827 pessoas. Desse montante apenas 12,5% deles foram por causas externas, ou seja, não morreram por causas naturais, mas em virtude de acidentes de trânsito, assassinatos, suicídios, etc. Os acidentes de trânsito totalizaram no ano de 2005, 35.720 mortes. Ou seja, média de 97 mortes por dia. O número de mortes por homicídios atinge 46.641, sendo que os homens são os mais afetados por esse problema. Mais de 90% dos homicídios ocorrem com homens e o restante, com as mulheres. Quase 127 pessoas morrem diariamente em virtude de assassinatos. Entre 1980 e 2000, a taxa de mortalidade por homicídios no Brasil aumentou 130%.
Já nas mortes por causas naturais, segundo um estudo realizado pelo Ministério da Saúde, as doenças que mais matam estão ligadas a problemas no aparelho circulatório, ao aparelho respiratório, além de doenças infecciosas, parasitárias, neoplasias, etc. Doenças no aparelho respiratório foram responsáveis por 283.927 mortes, tal cifra representa 32,2% das mortes em 2005. Somente as doenças do aparelho respiratório matam mais de 700 pessoas por dia em nosso país.
O vírus influenza A (H1N1), que teve o primeiro caso registrado em nosso país no dia 7 de maio, na cidade do Rio de Janeiro, ceifou 557 vidas, até agora, segundo informações do Governo Federal. Considerando esses dados, poderíamos prever que, caso o crescimento desse vírus permaneça aos mesmos patamares, ao final de um ano teríamos aproximadamente 1.670 mortos. Ou seja, pouco mais de quatro mortes diárias.
Os dados nos dizem que talvez exista certo exagero por parte da mídia e de informações que são propagadas por meios não oficiais, como a internet, que tecem inúmeras especulações sobre a doença.
Todavia, não se pode desconsiderar a gravidade da situação, afinal, essa é apenas uma análise quantitativa do fenômeno. Existem inúmeras outras variáveis que devem ser consideradas.
Uma coisa é certa, um dos pontos positivos dessa pandemia, segundo o infectologista Alceu Fontana Pacheco, é que “a retomada dos bons hábitos de higiene ajudam a prevenir outras doenças infectocontagiosas, como por exemplo, conjuntivite, viroses respiratórias, rotavírus e doenças próprias da infância”.
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