Mas alguns podem pensar, “o que tem de perigoso em ensinar?”. Estamos falando aqui se violências físicas e principalmente morais que todos os professores sofrem no exercício de sua função, os alunos não estão só “matando aulas”, mas também professores e outras colegas e não é força de expressão.
Professores são agredidos fisicamente, tem seus carros e objetos pessoais destruídos ou roubados, sofrem ameaças de todos os tipos. Em uma pesquisa da Unesco, intitulada “Escola: quase tão violenta como a rua”, os pesquisadores levantaram que somente no Estado de São Paulo 50% dos professores dizem ter sofrido algum tipo de ameaça.
Entretanto, a principal forma de agressão contra os professores é a verbal, xingamentos, injúrias, ameaças solapam gradativamente o desejo de ensinar dos professores e afetam sua saúde mental. Exemplo disso é um estudo publicado na 60ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o progresso da Ciência que analisada as principais causas de afastamento do trabalho dos professores da Rede Estadual de Ensino de Florianópolis. Constatou-se que cerca de 24% dos afastamentos dos professores por motivos de saúde, cerca de 41% estão afastados por doença mental, ou seja, doenças como a depressão, o stress, etc.
Uma pesquisa realizada pela UNESCO (Órgão das Nações Unidas para educação e cultura), intitulada Pesquisa de Vitimização, entrevistou, em 2003, 2.400 profissionais de seis capitais brasileiras e apontou que 86% deles admitem haver violência em seu local de trabalho.
A pesquisa detectou uma grande banalização da violência, especialmente na rede pública. Segundo os pesquisadores “tudo parece fazer parte do cotidiano. A escola vira espaço de ninguém”.
Talvez devamos considerar que até mesmo as escolas estão sendo dilapidadas por poderes paralelos. Guiomar Namo de Mello, do Conselho Nacional de Educação afirma a violência escolar está ligada a agressividade. Segundo ela a agressividade dos jovens é muito maior hoje é incentivado pela mídia. “É bonito ser violento, dá status."
Especialistas da UNESCO ressaltam que o problema da violência nas escolas é sistêmico e defendem investimentos em políticas sociais e defendem a responsabilidade dos jovens não deve recair somente sobre a escola, ou seja, as famílias, a mídia e outros mecanismos que contribuem para a educação dos jovens devem assumir suas responsabilidades diante desse cenário.
Como diria Paulo Freire “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.”
LUIZ FERNANDO ROSCOCHE
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